Eu tenho uma sobrinha com dois anos de idade. Seu nome é Taísa. Ela é linda. A avaliação esta sendo a mais imparcial possível. Um dia desses, eu estava na loja da minha família, aonde trabalho todas as manhãs, e ela chegou com sua mãe. Ela é muito obediente mas, como qualquer criança, gosta de correr, brincar e “olhar” com os dedos tudo o que é novo. Ela corria de um lado para o outro olhando tudo, tocando tudo, e percebi que de vez em quando ela olhava de rabo de olho para mim, assim como quem pensa: Quem é esse moço falando com minha mãe? O que é normal porque ela realmente não tinha muito contato comigo, e a ultima vez que a vi ela ainda era bem menor. Acertada as coisas com sua mãe cheguei perto da Taísa e agachei-me. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela veio em minha direção e me abraçou, um abraço forte, verdadeiro cheio de carinho. Afastou-se um pouco e me deu um beijo na face. Segurou meu rosto com as duas mãozinhas e olhou dentro dos meus olhos. Fiquei constrangido com a sinceridade daquele olhar. Depois de alguns segundos que pareceram horas, ela perguntou – Qual é o seu nome? – disse meu nome, e logo que disse ela meneou a cabeça em sinal afirmativo com uma convicção que me transmitiu a certeza que ela jamais esqueceria de mim. Foi maravilhoso.
Fiquei a meditar na atitude da Taíse. Ela não me conhecia. Não sabia nada sobre mim. Não sabia nem ao menos o meu nome. Mas mesmo assim ela demonstrou amor. Ela não precisou dizer que me amava. Eu pude sentir. Naquele momento ela me amou, sentiu que eu ia embora, e que seria horrível se eu fosse sem que ela soubesse meu nome. Ela tinha tanto amor dentro de si que na primeira oportunidade ela o lançou sobre mim. Sem pedir nada em troca. O olhar dela foi fundo na minha alma, a tocou, e fui impactado por este toque.
As pessoas não olham mais nos olhos uma das outras. Estamos protegidos por muros altos que construímos dentro de nós mesmos. Nós queremos resultados, fazemos testes, avaliações, pré-conceituamos e depois buscamos atitudes que validam o nosso pré-conceito. Muitas vezes falamos do amor, mas não o vivemos. Seria tão bom se nós tivéssemos uma atitude semelhante à da Taísa, a atitude de uma criança. Se estivéssemos dispostos a amar primeiro e perguntar depois. Dispostos a aproveitar todas as oportunidades, e lançar amor sobre as pessoas. A criança aprende a demonstrar amor, antes de aprender a falar sobre ele. A criança sorri para todos e o tempo todo. Se nós sorrimos antes do término de uma piada, ela se torna engraçada! Que tal sermos uma metralhadora de amor, disparando sorrisos para todos, todo o tempo? Olharmos mais nos olhos dos que passam por nós? Por que não escolhermos amar primeiro, e conhecer depois? Vamos ser como uma criança? Crianças são felizes. Crianças são inocentes. Crianças são sinceras. E delas é o Reino de Deus.
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