segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Esperando...



Eu e Bruno sempre fomos amigos. Não lembro alguma ocasião que tenhamos discutido ou brigado. Mesmo quando gostávamos da mesma menina conseguíamos manter o relacionamento inabalável. Adolescentes, saíamos sempre de bicicleta para explorar as ruas do bairro. Mas não tínhamos bicicleta, então sempre arrumávamos uma emprestada, geralmente com outro amigo nosso chamado Leandro, o que nos rendeu um número bom de cicatrizes e umas brigas com Leandro. Certa vez, eu estava sentado no quadro da bicicleta e guiava o guidão, enquanto bruno estava responsável por pedalar. Viramos em uma rua para descer uma ladeira curta, porém muito íngreme. No final da descida havia um quebra-molas que mais parecia um muro, e nós nunca ousamos passar por ele. Assim que viramos a esquina, joguei a bicicleta para o canto a fim de desviar do bendito. O que não contava era com a presença de uma senhora muito simpática que resolveu varrer a rua exatamente onde nós precisávamos passar. Lancei a bicicleta para o outro lado da pista assim que percebi a tragédia que estava para acontecer. Não fui rápido o bastante e antes que pudesse perceber o pneu dianteiro chocou-se contra a montanha de asfalto fazendo eu e bruno voarmos da bicicleta. A senhora continuou varrendo a rua calmamente, sem saber que para que ela estivesse ilesa até aquele momento nós estávamos vendo o chão passar rapidamente sob os nossos corpos atabalhoados enquanto o choque com o solo nos aguardava. O que tínhamos era esperar.
Há momentos na sua vida que você está exatamente assim. Tudo está bem e repentinamente algo ruim se aproxima e mesmo que você se mova para impedir, torna-se inevitável. Todos os recursos já foram empregados, todas as ações possíveis foram realizadas e não há saída; somente esperar. Agora, entenda algo: existem momentos em que Deus impede que você se mexa, justamente para que você possa apreciar os movimentos Dele.
Imagino Moisés em frente ao mar. O povo entrando em desespero porque Faraó estava chegando para levá-los de volta ao Egito, claro que no processo ele iria rancar umas cabeças e matar algumas crianças. Não tinha lugar para onde correr. A tragédia estava anunciada. Moisés estava totalmente dependente da ação de Deus, e nesta hora o Senhor disse a ele: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. Ou seja, porque você está desesperado? Ei! Acalma o coração. Fui Eu que permiti esta situação para glorificar o meu nome. Eu não perdi o controle sobre tua vida, apenas desejo manifestar o meu poder através desta situação e te ensinar a confiar em mim mesmo quando a dor, a dificuldade e o sofrimento estiverem às portas. Segue em frente. Enfrente o problema crendo que Eu estou com você. Espere pelo meu momento enquanto você segue. Espere por mim e em mim. E, finalmente, esteja de olhos bem abertos para ver o mar se abrindo à sua frente.

Obs: Quando Bruno e eu levantamos do tombo, ele tinha um pequeno arranhão no dedão do pé, e eu havia rasgado a calça na altura de um joelho ralado. Pedalamos e caímos muitas outras vezes.

A Paz do Senhor Jesus Cristo!

Referências:

 Exodo 14 - www.bibliaonline.com.br/acf/ex/14

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Reforma



Eu nasci e vivi os primeiros anos da minha vida em um bairro chamado Engenhoca, na cidade de Niterói – RJ. Apesar de nós negarmos na época, o local exato da nossa casa era uma comunidade chamada Morro do Marítimo. Esta casa, em que vive os primeiros dez anos de minha existência, fora a mesma onde minha mãe e seus cinco irmãos foram criados. Até os meus cinco anos, aproximadamente, o chão não possuía azulejos ou pisos. Aquele chão vermelho servia de base para as paredes tão velhas como o próprio tempo, que por sua vez, sustentavam o telhado frágil e pobre sobre nossas cabeças, todos os dias e noites. Quando chovia, procurávamos panelas e vasilhas e espalhávamos pela casa, para que os pequenos cômodos não ficassem alagados com as goteiras, que por serem muitas, parecia às vezes, que as nuvens estavam dentro de casa. Tínhamos, também, que dividir os espaços com visitantes desagradáveis. Era comum estar dormindo e perceber que não estava só na cama.
A casa precisava de uma grande reforma. Não era um lugar adequado para se viver. Porém, havia condições financeiras de fazê-lo.
Aos meus dez anos nós mudamos de casa.

Nossa vida espiritual pode ser comparada à uma casa.Há pessoas vivendo o que eu vivi, mas em sua casa espiritual. Possuem uma casa cheia de marcas do tempo, com bases inapropriadas, fundamentos distorcidos. Suas paredes, lugares onde deveriam ostentar memórias agradáveis, estão sem nenhum adorno ou fotografia. Isso porque, já sofreram tanto que acreditam que não há do que se recordar. As brechas e rachadoras na casa são convites a entrada de visitantes inesperados, até mesmo indesejados como ladrões, que levam o que tem de bom e deixam o que é mal. E quando as dificuldades aparecem, a solução escolhida é colocar panelas e vasilhas e esperar a chuva passar. Nada é concertado. A casa fica cada vez mais vulnerável; mais feia e triste.
Quem construiu esta casa não o fez com a intenção de vê-la destruindo-se aos poucos.

Talvez você esteja assim. Precisando de uma reforma. E neste caso, não á como mudar de casa. Viver a vida de outra pessoa. Mas o custo da reforma continua sendo muito alto, e você não tem condições de pagar. E agora?

É ai que vem a boa notícia!

O preço já foi pago. Vou repetir: O PREÇO JÁ FOI PAGO!!

Jesus pagou o preço pela sua reforma quando se entregou na cruz. Você, somente, precisa convidar O Reformador, que é o próprio Jesus, para realizar a reforma necessária. Ele diz:
“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. “ Ap 3:20

Se você é essa pessoa. Não perca tempo!

Você pode, hoje mesmo, em frente ao computador, entregar a sua vida a Jesus.
Jesus esta em todo lugar e vai ouvir se falar com Ele. Você pode orar algo como estas palavras que estão aqui em baixo.
                                              
Senhor Jesus, eu reconheço que cometi erros e necessito de perdão.
Creio que o Senhor é Deus, e que se entregou para que eu fosse perdoado.
Eu o recebo como meu senhor e salvador, e entrego minha vida a ti.
Entrego cada área da minha casa para que o Senhor possa fazer as reformas que o Senhor desejar.
Escreva o meu nome no livro da vida para que eu possa passar a eternidade contigo.
Em nome de Jesus, Amém!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Inseridos em uma nova cultura



            A muito a internet deixou de ser apenas um meio de comunicação. A rede internacional de computadores tornou-se um novo mundo, sem fronteiras definidas, com uma cultura própria em transformação rápida e constante, e que entrelaçasse com o mundo esterno transformando-o e sendo transformado por ele. A prova disso é como o verbo curtir tem sido tão usado recentemente graças à influência do facebook na vida dos brasileiros. Já parou para pensar que antes do facebook se alastrar pelo país, lá pelo meado de 2008, a maioria de nós pouco utilizava este verbo para dizer que gostava alguma coisa? Na via inversa, há alguns anos não se viam tantas informações e manifestações de apoio à sustentabilidade e cultura verde na internet como recentemente, o que reflete a influência do mundo esterno no mundo virtual.

               Navegar na internet é como inserir-se em um novo ambiente, justamente como o termo “navegar” propõe. É interagir com este ambiente e com outras pessoas que ali estão. Sendo assim, o cristão tem um grande desafio a sua frente toda vez que acessa seu browser: ser um verdadeiro cristão em meio a uma cultura não cristã.

              O posicionamento que um cristão adota na internet é tão importante quanto ao de um missionário no Egito, Cazaquistão, China, ou em alguma região inóspita de nosso país. Aquilo que digita no teclado de seu desktop ou nos dispositivos portáteis como celular e outros é tão importante quanto o que um universitário diz em uma sala de aula1. As duas grandes diferenças que posso destacar são: o alcance e a segurança. Na internet um simples comentário em uma foto pode ser visto por centenas e até mesmo milhares de pessoas. A repercussão de um vídeo, uma frase ou de qualquer outra coisa lançada na rede é imensurável. Da mesma forma está-se infinitamente mais seguro, do ponto de vista da integridade física, sentado em frente ao computador do que conversando na esquina. Excetuando-se estes pontos, a maioria dos aspectos da vida de um cristão na internet é igual aos de um cristão inserido em uma nova cultura. Quando inserido em uma nova cultura, como por exemplo, em uma nova escola, uma nova cidade ou outro país, o cristão tem duas opções: a primeira é absorver tudo o que vê e ouve, é transformar-se pouco a pouco se moldando conforme o padrão da cultura em que está inserido, a segunda é manter a sua identidade do Reino de Deus bem como sua cidadania, não se corromper com os aspectos culturais influenciados pelo maligno e transformar, pelo poder de um testemunho vivo, os que estão a sua volta e, por conseqüência, transformar a própria cultura ao seu redor, tornando-se assim um missionário. Quando entramos no mundo virtual devemos escolher uma coisa ou outra. Aproveitamos a segurança e o alcance da internet para proclamar o amor de Cristo ou emudecemos ante ao desafio e o medo da retaliação. Daniel, José e outros homens e mulheres da bíblia também tiveram que escolher. Nada muda. Ambas as decisões trazem conseqüências. No caso de Daniel, a sua escolha por não compartilhar da adoração a outro deus que não fosse o seu Deus o levou à cova dos leões2. José fora colocado no cárcere por não curtir a idéia de deitar-se com uma mulher casada3. Não é fácil andar na contra mão da via e ir contra a multidão, mas temos as promessas de que Deus nunca nos deixará e que teremos a recompensa nos céus4. Mas se você escolhe ser influenciado ao invés de influenciar, ou se escolhe adotar uma nova identidade, como se fosse uma pessoa dentro da rede e outra fora, está negando a sua pátria, vivendo uma vida de mentira fora da internet e mostrando sua real natureza dentro dela, pois os que são nascidos do Espírito vivem segundo o Espírito; no real e no virtual.
                 
                  Pense nisso: curtir é o mesmo que dizer amém; compartilhar é o mesmo que pregar5.

                 Ao que você diz amém?  O que você tem pregado?

                O mundo virtual precisa de missionários. Não precisa de homens e mulheres que seguem o fluxo, mas daqueles que são realmente transformados pelo poder da palavra e se decidem por não deixar que sutilmente as trevas os envolvam.

 “Não se moldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12.2

“e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor. Não participem das obras infrutíferas das travas; antes, exponham-nas a luz.” Efésios 5:10 e 11

Se você é servo do Senhor Jesus, traga a luz de Cristo sobre a internet ao invés de intensificar as trevas sobre ela.


Tiago Corrêa Almeida, missionário radicado em Jesus Cristo, para toda a igreja nos mundos, com amor e temor!   

Bibliografia:

Bíblia Sagrada português-inglês / Holy Bible Portuguese-English. – São Paulo: Editora Vida, 2003. (NVI – INV)



31 -    Mateus 12: 35 ao 37 – “O homem bom do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mal do seu mal tesouro tira coisas más. Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados.”
42 -   Daniel 6:1 ao 28
53 -  Gênesis 39: 6 ao 23
64 -  Mateus 28: 18 ao 20 – “Então, Jesus aproximou-se deles e disse: ‘Foi-me dada toda autoridade nos céus e na terra. Portanto vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.”
75 -  Mateus 18:18 – “Digo-lhes a verdade: Tudo o que vocês ligarem na terra terá sido ligado nos céu, e tudo o que vocês desligarem na terra terá sido desligado nos céu.”

Outras referências:

Efésios 5:1 ao14, 2 Coríntios 5: 17 ao 20, 2 Coríntios 6: 14 ao 18 e João 1: 6 e 3: 7 ao 10.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Deus transforma o símbolo da dor em símbolo de vitória.


A história de Moisés é bastante conhecida. Mesmo aqueles que não possuem o hábito de ler a bíblia conhecem um pouco sobre sua trajetória. Este homem, inspirado por Deus, escreveu cinco livros que viriam a influenciar três grandes religiões da atualidade: a Cristã, a Judaica e a Islã.   Porém, o conhecimento das pessoas sobre a vida de Moisés passa principalmente pelo seu nascimento e infância conturbadas, sendo deixado às margens do rio Nilo em um cesto betumado, e por como liderou o povo de Israel pelo deserto até a terra de Canaã. No entanto, a história deste homem é marcada por um evento que mudou totalmente a perspectiva que tinha de se si mesmo, de Deus e da realidade a sua volta, e o transformou no libertador do povo hebreu.
Moisés fora criado entre o povo egípcio e, como filho adotivo da princesa egípcia, desfrutava de uma vida de fartura e regalias. Sua educação foi a melhor do país, assim como sua alimentação e todo o resto. Moisés tinha tudo; ou quase tudo.
Certa vez Moisés resolveu conhecer o povo de onde viera, pois não lhe foi negado conhecer a verdade sobre seu nascimento, e em seu coração sabia que era um estrangeiro; alguém deslocado de seu lugar. Em meio aos Hebreus presenciou um egípcio maltratando um dos seus e, sem se conter, o atacou, matou e escondeu o corpo na areia. Seu homicídio foi descoberto pelo Faraó e isso fez com que fugisse para uma terra distante, e ali, ironicamente, estabeleceu família e passou a trabalhar para seu sogro, Jetro, permanecendo novamente na casa de um estranho. Mais uma vez, Moisés é um estrangeiro; alguém deslocado do seu lugar. Agora com uma diferença: precisava trabalhar.
Moisés passou anos da sua vida com o peso de um assassinato em sua mente. Além da memória do sofrimento que sua verdadeira família sofria nas mãos dos egípcios, enquanto ele próprio vivia escondido. Remoia dentro de si todas as dores de sua alma e sentia-se incapaz de qualquer grande realização. Afinal, era apenas um estrangeiro vivendo sempre do favor de alguma outra pessoa: primeiro da filha de Faraó e agora de seu sogro.
A realidade de Moisés é esta: sua vara. A vara que o lembra de quem ele é.  A vara que o identifica como guia de ovelhas, um trabalhador; talvez até mesmo um escravo da circunstância. Por que estudou tanto? Por que aprendera sobre as línguas, medidas, religiões e culturas? Porque foi criado no palácio? Por que foi tirado do rio pela filha de Faraó? Para cuidar de ovelhas longe de casa? Melhor seria se tivesse morrido no Nilo!
Quando olha para sua vara Moisés vê a dor, a vergonha, o fracasso...
  
O que mudou na vida deste homem? Pois este esta longe de ser o libertador de Israel.

Horebe. No monte Horebe Moisés teve um encontro com Deus!

Pastoreando as ovelhas de seu sogro, Moisés, sobe um monte onde vê algo impossível. Uma planta em chamas! Isso não é espantoso. O espantoso é que a planta não se queima. As chamas a sua volta ardem fortemente, mas a planta permane intacta. Ali, Deus fala com Moisés e o encoraja a voltar para sua terra a fim de libertar os seus irmãos. Ele diz: “Eu estarei contigo!”. Mas Moisés não se vê como o libertador de nada. Não pode libertar a si mesmo, como libertar uma nação inteira? Moisés está preso a sua vara. Preso a sua realidade.
Deus finalmente lhe diz, “Moisés, o que tens em tuas mãos?”, e este responde “Uma vara”, e Deus promete, “Leva com você esta vara e, com ela, você vai realizar milagres!”.

Com esta vara Moisés transformou a água do Nilo em sangue, abriu o mar vermelho, fez sair água da rocha e tantos outros sinais.

 Deus transforma o símbolo da dor, da vergonha e do fracasso, em símbolo da vitória e do milagre!

O homem que desceu do monte não é mais o mesmo que subiu. O homem com uma visão pequena de si, de Deus e das circunstâncias, agora é um homem que sabe quem é, sabe quem é Deus, e sabe que não há circunstância capaz de impedir a vontade deste Deus em sua vida.

Deus transformou a vida de Moisés e tem poder para transformar a sua vida também. Basta entregar sua vida a Ele, como fez Moisés, e desfrutar, assim, de uma vida com propósito e cheia da alegria que só em Deus podemos alcançar.



Bibliografia: